Título: Faturamento da indústria de café cresce 22% no ano
Autor: Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico, 20/12/2004, Agronegócios, p. B10

O aumento do consumo interno e a elevação nos preços do café em 40% nos últimos 12 meses fizeram a receita das indústrias de café crescer 22% este ano, passando de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,4 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic, disse que o aumento do consumo interno superou a expectativa do setor, que era atingir 14,2 milhões de sacas. Levantamento da Abic junto às indústrias apontou consumo de 14,95 milhões de sacas entre novembro de 2003 e outubro deste ano, 8,97% mais que nos 12 meses anteriores. Desse total, o consumo de café torrado e moído cresceu 9,03%, para 14,1 milhões de sacas, e o de café solúvel subiu 8%, para 842,2 mil sacas. Herszkowicz atribuiu o resultado ao crescimento da economia e às campanhas de incentivo ao consumo. Para o próximo ano, a entidade prevê crescimento de 6%, para 15,8 milhões de sacas. "Mas se o volume crescer em 1,2 milhão de sacas como neste ano, o país irá superar 16 milhões de sacas, que era nossa meta para 2006", observou. No período, o consumo per capita passou de 3,72 quilos para 4,01 quilos por ano, o maior volume desde 1965, quando o consumo era de 4,72 quilos per capita/ano. A média aproximou-se da americana, de 4,4 quilos. Os EUA são o maior consumidor mundial de café, com compras de 20 milhões de sacas por ano. De acordo com a Abic, as vendas externas de café torrado e moído recuaram de US$ 12,8 milhões em 2003 para US$ 10 milhões este ano. Herszkowicz atribuiu a redução à dificuldade das indústrias de concorrer em preço e volume com as multinacionais que dominam o setor. O executivo não tem previsão de faturamento para o setor no próximo ano, mas disse que as indústrias serão favorecidas pela valorização de preços do café e oferta enxuta. "Se o país aumentar as exportações das atuais 26 milhões de sacas e consumir internamente mais de 15 milhões de sacas, a oferta será bastante ajustada", disse. O diretor da Abic defendeu que a Conab aumente o volume de cafés leiloados para garantir oferta e impedir a disparada de preços no mercado doméstico. Neste ano foram leiloados 1 milhão de sacas e existem 4,4 milhões de sacas estocadas pelo governo para venda. (CB