Título: Apex muda e também vai atrair investimento direto
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Fonte: Valor Econômico, 07/12/2004, Brasil, p. A3

Além de apoiar as pequenas e médias empresas no mercado externo, a Agência de Promoção de Exportações (Apex) terá a responsabilidade de buscar investimento estrangeiro para o país a partir de 2005. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, a meta é atrair US$ 20 bilhões para o país em 2005, para "dar maior competitividade à produção brasileira". Os planos são bastante ambiciosos. Em 2003, os investimentos diretos estrangeiros (IDE) no país somaram apenas US$ 10,1 bilhões - o menor patamar desde 1995, segundo o Banco Central. Analistas de mercado projetam ingressos de US$ 15 bilhões para esse ano. Com o fim das privatizações, o fluxo de IED, que chegou a atingir US$ 32,8 bilhões em 2000, caiu vertiginosamente. Juan Quirós, presidente da Apex, explica que será criada dentro da agência uma divisão para atração de investimentos. A nova divisão englobará, portanto, as funções da antiga Investe Brasil, uma agência de promoção de investimento que finalizou suas atividades no início do ano. A direção da divisão de investimentos da Apex será de Ingo Plöger, atual co-presidente do Fórum Empresarial Mercosul- União Européia, e utilizará a estrutura da promoção de exportações já em funcionamento. "Nesse trabalho, pretendemos promover a marca Brazil and Partners", explicou Quirós, que participou ontem, em São Paulo, do seminário "Novos Destinos para as Exportações Brasileiras", promovido pela Apex e pelo Valor. Durante os dois anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Apex esteve presente em 54 países e 270 cidades. A entidade contrata 20 consultorias estrangeiras para prospectar mercados para os produtos brasileiros. Com a mudança, essas consultorias também trabalharão na busca de empresários dispostos a investir no Brasil. A divisão de investimentos também poderá utilizar os Centros de Distribuição que começam a ser formados pela Apex. No início do próximo ano, a agência inaugura um CD em Miami, para que as pequenas e médias empresas brasileiras realizem pronta-entrega dos produtos no mercado americano. A nova estrutura será apresentada durante reunião do conselho da Apex na próxima segunda-feira. Presidido por Furlan, o conselho da agência é formado por Itamaraty, BNDES, Sebrae, Câmara de Comércio Exterior, Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e Confederação Nacional da Indústria (CNI). As prioridades da nova divisão de investimentos da Apex só serão definidas após a reunião. Segundo Quirós, os esforços provavelmente estarão focados na infraestrutura e na atração de empresas interessadas em transformar o Brasil em plataforma de exportação