Título: Agricultura puxa alta de 4% no preço de commodities
Autor: Travaglini, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 03/02/2011, Brasil, p. A3

O Índice de Commodities Brasil (IC-Br), do Banco Central (BC), subiu 4,05% no primeiro mês do ano. O indicador se acelerou em relação ao ritmo apresentado no fim do ano passado, cujo crescimento era da ordem de 2%. A variação é fruto do choque de commodities que afeta a economia brasileira. Em 12 meses, o IC-Br subiu 33,55%.

O maior impacto na formação do índice veio do setor de agricultura, que subiu 4,44% em janeiro, enquanto as commodities metálicas avançaram 3,52% no mês. Os preços de energia tiveram expansão de 3,4% no período.

O indicador mostra, portanto, que o choque de alimentos que puxou a inflação brasileira para cima no último trimestre do ano passado, ainda mostra sinais de força. A consequência direta é que os economistas começam a prever um aperto monetário mais intenso ao longo deste ano do que o previamente esperado.

O mercado, por meio das projeções do Boletim Focus, já aponta essa tendência. Os analistas acreditavam que o Banco Central traria a inflação para a meta apenas em 2012. Mas os dois últimos boletins, dessa semana e da anterior, passaram a apontar que a expectativa para a inflação do próximo ano também escapou do centro da meta, de 4,5%, e atingiu 4,7%. Como consequência, a alta total da Selic esperada para este ano passou de 1,5 ponto percentual para 1,75 ponto percentual.

O IC-Br é um indicador novo calculado pelo Banco Central que mede a variação dos preços de commodities no mercado internacional que têm impacto direto na inflação doméstica. O IC-Br, que se mostra mais aderente à economia brasileira do que o índice CRB (Commodity Research Bureau), agrega os indicadores relativos aos segmentos agropecuário, metalúrgico e de energia.