Título: Agência MPM, de Nizan Guanaes, abre uma filial em Belo Horizonte
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 28/07/2005, Empresas &, p. B6

Publicidade Em pouco mais de um mês, DNA e SMP&B perderam quatro grandes clientes

Executivos da MPM garantem que é coincidência. Mas o fato é que a agência de publicidade paulista está abrindo uma filial no mercado mineiro em momento mais do que oportuno, quando duas das maiores empresas da praça - a SMP&B e a DNA, que têm como sócio o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza - passam por séria crise, com clientes das carteiras pública e privada cancelando contratos. Em pouco mais de um mês, deixaram as agências clientes estatais como Correios, Banco do Brasil e o próprio governo do Estado de Minas Gerais. Entre os clientes do setor privado, as baixas também já começaram, embora a maior parte das empresas prefira não fazer pronunciamento público sobre o assunto. Pelo menos um grande cliente privado, a construtora Odebrecht, cliente da DNA, já anunciou oficialmente o cancelamento do contrato. Diretor geral da MPM em Belo Horizonte, Luiz Aurélio Alzamora Gonçalves, diz que a ausência da SMP&B e da DNA pode beneficiar a agência paulista em algumas concorrências. É o caso da nova licitação para serviços de publicidade do governo do Estado, que está em fase de análise das propostas técnicas abertas na terça-feira. A disputa é por uma verba de R$ 55 milhões que será divida entre seis empresas. Apesar da suspensão dos contratos em vigor com a SMP&B e a DNA, por determinação do Ministério Público Estadual, as duas agências do empresário mineiro acusado de ser operador do "mensalão" estão habilitadas na nova licitação do governo mineiro e já apresentaram propostas técnicas. No entanto, segundo informações do MPE, poderão ser impedidas de prestar o serviço, caso vençam a concorrência antes da conclusão das investigações sobre os contratos entre elas e entidades da administração pública direta e indireta. A SMP&B atendia a Secretaria Estadual de Comunicação e a DNA, a Secretaria Estadual de Saúde. Os contratos com as duas agências somavam R$ 16,2 milhões e foram acrescidos de mais 25% em aditamento firmado no fim do ano passado. "Viemos para competir", declarou o diretor geral da MPM na capital mineira. A filial da agência abriu as portas, no início do mês, já com dois clientes: a Companhia Vale do Rio Doce e sua controlada, a mineradora MBR. Em parceria com a agência mineira Espontânea, também está atendendo a companhia estatal de saneamento básico, a Copasa. a MPM prefere não fazer comentários sobre a disputa pelos clientes privados que estão deixando as agências de Marcos Valério. Gonçalves diz que a prioridade para este ano é ajustar a equipe de funcionários e consolidar o trabalho para as empresas que já atende antes de ir ao mercado prospectar nova contas. Foram contratados 23 profissionais para a filial de Belo Horizonte. Segundo Gonçalves, a idéia de abrir uma unidade em Belo Horizonte já existia desde 2003. Trata-se, afirmou, de uma estratégia para marcar presença em praças que mais interessam ao grupo paulista. A MPM faz parte do grupo YPY, que reúne ainda as agências DM9DDB, Africa e Tudo. A Odebrecht, que contratou a DNA para o lançamento de um condomínio de luxo na região metropolitana de Belo Horizonte, informou por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não definiu como será o processo para contratação de uma nova agência em Belo Horizonte. De acordo com a assessoria, a DNA foi contratada em 2002 porque era uma das maiores e mais respeitadas agências do mercado mineiro. Entre os clientes das agências de Marcos Valério estão grandes indústrias, como a siderúrgica Usiminas, e as operadoras de telefonia Telemig Celular e Amazônia Celular.