Título: Anatel rejeita volta do Opportunity
Autor: Daniel Rittner e Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 15/07/2005, Empresas & Tecnologia, p. B3

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afastou completamente a possibilidade de o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, retornar à gestão dos fundos CVC nacional e estrangeiro - que controlam indiretamente as operadoras Brasil Telecom (BrT), Telemig Celular e Tele Norte Celular. Na quarta-feira, o conselho diretor da agência negou pedido feito pela BrT para que reconsiderasse uma decisão tomada em abril. Naquela ocasião, a Anatel aprovou a decisão do Citigroup e dos fundos de pensão de afastarem o Opportunity. O administrador foi substituído pelo Citigroup Venture Capital no CVC internacional e pela Angra Partners no nacional. Uma semana após depois, a BrT, administrada por Dantas, recorreu da decisão. Segundo a assessoria de imprensa da Anatel, o entendimento do órgão regulador tem caráter definitivo e de última instância. Portanto, não cabe nenhum tipo de reconsideração, a não ser na Justiça. O relator do processo foi o conselheiro Plínio Aguiar. A agência analisou a questão sob o ponto de vista regulatório - ou seja, se a saída do Opportunity implicava mudança no controle das teles. Para o órgão regulador, a destituição não resultou em mudanças nesse aspecto. Com a decisão, o Citigroup e os fundos de pensão podem levar adiante a estratégia de substituir os conselheiros e executivos nomeados pelo Opportunity na cadeia societária das teles. Paralelamente à vitória na Anatel, os fundos de pensão sofreram uma derrota na Justiça. A juíza da 2ª Vara Empresarial do Rio, Marcia de Carvalho, aprovou liminar que impede as fundações de venderem sua participação na Zain Participações, holding que indiretamente controla a BrT. A medida foi pedida pela Telecom Italia. A juíza também aceitou a solicitação do grupo europeu para que os fundos de pensão apresentem o contrato onde se comprometem a adquirir a participação do Citigroup na operadora.