Título: Acerto entre os quatro maiores partidos fatia reforma política
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 18/05/2005, Política, p. A8

Os presidentes dos quatro maiores partidos do país - PT, PMDB, PFL e PSDB - acertaram ontem, em uma reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que a reforma política que está em tramitação na Câmara será fatiada, para aprovar apenas três pontos que entrariam em vigor em 2006 e o compromisso de outros três pontos para 2008. Tramitará de forma paralela o fim da verticalização das coligações partidárias, ou seja, já no próximo ano os partidos poderão fazer alianças estaduais independente dos acordos das eleições presidenciais. A fidelidade partidária, a possibilidade dos pequenos partidos se organizarem em federações para juntos superarem os limites mínimos de votação necessários para se manterem como partido nas próximas eleições (ultrapassando a chamada cláusula de barreira) e mudanças no regimento interno do Congresso - para permitir que o resultado das urnas sirva de base para a definição dos tamanhos dos partidos na estrutura da mesa e das comissões da Câmara - já estariam em vigor nas próximas eleições. Para 2008, entraria em vigor o financiamento público de campanha, o fim da possibilidade de alianças em eleições proporcionais e a eleição de deputados por listas partidárias. "Já temos tudo acertado, vamos pedir nesta semana ao presidente da Comissão de Constituição (CCJ) que ´desapense´ (separe) os diversos projetos que correm juntos na reforma política para que aprovemos apenas as duas propostas acordadas e já pediremos na próxima reunião de líderes da Câmara com o presidente da casa, Severino Cavalcanti (PP-PE) que coloque os projetos com prioridade de votação no plenário", afirmou o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC). Já o presidente do PT, José Genoino, afirmou que a reunião foi um avanço e que com o acordo dos quatro grandes partidos, somado à inclusão da possibilidade de federação partidária, haverá condições de cumprir o acordo firmado para a votação da reforma até 30 de setembro - prazo necessário para que ela entre em vigor em 2006.