Título: Alimento ajuda IPCA-15 a recuar para 0,26%
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/09/2008, Brasil, p. A3

O preço dos alimentos caiu em setembro e fez o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) recuar para 0,26%, ficando 0,09 ponto percentual abaixo do resultado de 0,35% de agosto. O resultado foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice acumula variação de 6,20% em 12 meses e de 4,96% no ano.

O custo da alimentação caiu 0,25% neste mês, zerando a alta de 0,25% registrada em agosto. A maioria dos produtos contribuiu para a baixa, com destaque para tomate (-38,41%), leite pasteurizado (-4,48%), batata-inglesa (-8,84%), feijão carioca (-4,24%), pão francês (-1,08%), óleo de soja (-4,08%), arroz (-1,67%), macarrão (-1,50%) e feijão preto (-2,76%). O grupo alimentação e bebidas acumula alta de 10,52% no ano.

Na contramão da maioria dos itens do grupo, apresentaram inflação a refeição fora de casa (de 0,94% para 1,48%), frutas (de 0,65% para 3,70%), cerveja (de 0,79% para 1,30%) e cebola (de 1,49% para 6,11%).

Outros grupos que apresentaram deflação foram educação, que ficou 0,03% mais barata após encarecer 0,38% em agosto, e comunicação que caiu 0,12% ante alta de 1,06% no mês anterior. Mesmo assim a inflação dos produtos não alimentícios aumentou em setembro, quando a alta foi de 0,41% frente a 0,38% em agosto. Contribuíram para a aceleração os grupos vestuário (que passou de uma queda de 0,48% em agosto para elevação de 0,42% neste mês), artigos de residências (de 0,28% para 0,44%), transporte (de 0,17% para 0,28%), saúde e cuidados pessoais (0,31% para 0,42%) e despesas pessoais (0,59% e 1,01%). Já o grupo habitação reduziu o ritmo de elevação, registrando alta de 0,62% ante variação de 0,75% na medição anterior.

Entre os itens que pressionaram a taxa do mês de setembro, os destaques foram o cigarro (3,67%), empregado doméstico (0,94%) e taxa de água e esgoto (1,05%), refletindo aumentos ocorridos nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro (6,88%) e São Paulo (0,35%). A tarifa de telefonia fixa ficou 0,85% mais cara, captando o restante do reajuste autorizado pela Anatel no fim de julho. Também apresentaram alta: aluguel residencial (0,62%), condomínio (0,66%), produtos de higiene pessoal (0,90%), artigos de limpeza (1,66%), cabeleireiro (1,06%) e gasolina (0,30%).

Para o cálculo do IPCA-15 foram considerados preços coletados no período de 14 de agosto a 12 de setembro, comparando-os com aqueles coletados entre 15 de julho e 13 de agosto.