Título: BC estima em 0,98% avanço da atividade econômica em agosto
Autor: Oswald, Vivian
Fonte: O Globo, 12/10/2012, Economia, p. 28

Na 5ª alta seguida, índice tem o melhor resultado em 17 meses

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou em agosto a quinta alta consecutiva, com aumento de 0,98% em comparação com o mês anterior. Com mais este resultado positivo - o melhor dos últimos 17 meses - o IBC-Br, que serve como um indicador antecedente ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) mostra que a economia pode finalmente ter engrenado um processo de recuperação.

A notícia vem um dia depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduzir pela décima vez seguida os juros básicos da economia, ainda para garantir um impulso ao crescimento do PIB, em meio às incertezas no cenário internacional.

Analista vê PIB de 1% no 3º trimestre

Para o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, o IBC-Br de agosto reflete as medidas que vêm sendo adotadas pelo governo nos últimos meses. Além das sucessivas reduções dos juros e do "afrouxamento do compulsório" (liberação de parte dos depósitos que os bancos são obrigados a manter no BC), ele afirma que os estímulos ao setor automotivo estão por trás da retomada do crescimento na indústria.

- É um dado importante para confirmar a trajetória de recuperação. Se olharmos para os dados de julho e agosto, podemos imaginar que o resultado do PIB no terceiro trimestre do ano poderá estar próximo de 1%. É um bom resultado - disse Padovani.

Em 12 meses, o índice do BC já acumula alta de 1,06%. Criado pela autoridade monetária para guiar os diretores da autarquia na hora de decidir a política de juros do país, o IBC-Br é considerdo pelo mercado o PIB do BC e, por isso, é usado nas projeções dos analistas para o desempenho da economia.

Para os economistas ouvidos pelo BC na pesquisa Focus, o país deve fechar o ano com um crescimento de 1,57%. Embora conte com um crescimento de 2% para o ano, a expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é de que a economia feche o último trimestre com uma taxa anualizada em torno de 4%.

Uma das apostas do Executivo é o impacto da redução dos juros cobrados pelas instituições financeiras de seus clientes, movimento liderado pelos bancos públicos, que deve acelerar o consumo. Para 2013, a aposta do mercado é de expansão de 4%. Foi mirando no próximo ano que o BC resolveu cortar os juros básicos novamente. A autoridade monetária estima que a economia estará crescendo a 3,3% ao ano em julho de 2013.

O Itaú Unibanco, que faz um exercício semelhante ao do BC, também divulgou ontem o seu PIB mensal Itaú Unibanco (PIBIU). O indicador teve uma alta de 0,9% em agosto, liderado pelo desempenho do comércio varejista e da indústria de transformação. No relatório, o banco menciona a contribuição do setor automobilístico para o aumento da atividade, mas destaca a alta registrada em outros setores da indústria. Para setembro, a instituição projeta uma ligeira queda, de 0,1%. "Apesar desta moderação da prévia (de setembro), mantemos a expectativa de aumento de 1,2% para o PIB do terceiro trimestre em relação ao segundo, após ajuste sazonal.", diz o banco.