Título: Apesar de divergirem sobre CPMF, Skaf e Dilma vão dividir palanque
Autor: Freire, Flávio ; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 22/05/2010, O País, p. 10

Duda Mendonça participa do lançamento do "socialista" presidente da Fiesp

SÃO PAULO. Presidente da poderosa Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf foi lançado ontem como précandidato ao governo de São Paulo pelo PSB. O novo ¿socialista¿ deverá dar palanque à presidenciável do PT, Dilma Rousseff, que também terá como précandidato ao governo do estado o senador petista Aloizio Mercante.

Skaf, como presidente da Fiesp, porém, liderou movimento de entidades do setor pela derrubada da CPMF, o imposto do cheque. Esta semana, Dilma acusou os que lutaram pelo fim da CPMF de terem deixado a saúde sem verbas, já que parte dos recursos arrecadados com a contribuição ia para o setor.

¿ Se, como presidente da Fiesp, não permitimos a manutenção da CPMF, imagine como governador de São Paulo ¿ discursou Skaf ontem, sem entrar na polêmica com Dilma. ¿ Vou apoiar a candidatura que o PSB orientar. O PSB nacional já anunciou hoje (ontem) apoio a Dilma.

Mas o deputado Márcio França (presidente regional) foi claro ao dizer que nós, em São Paulo, manifestaremos apoio na medida em que sentirmos apoio.

Perguntado se Dilma subiria em seu palanque, Skaf foi claro: ¿ Se ela quiser subir, será muito bem recebida.

Do evento na Assembleia Legislativa de São Paulo participaram líderes nacionais do PSB, entre eles os governadores Eduardo Campos (PE), presidente nacional do partido, e Wilson Campos (PI). Ao comentar as ausências da deputada Luiza Erundina e do vereador paulistano Gabriel Chalita, citado como candidato ao Senado pelo PSB, Skaf saiu pela tangente: ¿ Unanimidade e democracia não andam juntas. Isso é da democracia, que dá direito às pessoas de terem suas opiniões.

E nós temos que respeitar.

O marqueteiro Duda Mendonça, envolvido no escândalo do mensalão do PT por ter sido da campanha de Lula em 2002, já está trabalhando com Skaf. Para ele, a dificuldade não é ter como rival o ex-governador e pré-candidato do PSDB Geraldo Alckmin, líder das pesquisas, mas ter pouco tempo na televisão: ¿ Queria apenas ter um pouquinho mais de tempo na TV.