Título: Estamos com a OEA
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 09/12/2009, O Mundo, p. 32

Nascido no Chile, mas vivendo há 50 anos nos EUA, Arturo Valenzuela tem uma respeitada carreira acadêmica voltada para o estudo da América Latina. Agora subsecretário de Estado para o Continente Americano, Valenzuela tem a missão de religar os laços entre os EUA e os latino-americanos, abalados no governo Bush.

Do El Mercurio

Dá a impressão de que, ao longo da crise, os EUA mudaram de postura. No princípio houve uma condenação total ao governo interino...

ARTURO VALENZUELA: Não mudamos. O que ocorreu é que, depois da forte condenação mundial, o governo de Micheletti tentou justificar o que tinha feito. Houve alguns dentro e fora dos EUA que consideraram, então, legítima a destituição de Zelaya. Nós nunca compartilhamos esta posição. Mas depois insistimos que devia se buscar uma saída negociada para que se pudesse acabar com a situação autoritária.

A crise foi destravada quando os EUA se envolveram diretamente. A OEA fracassou? VALENZUELA: Muitos pensaram que bastava uma condenação da OEA para que Zelaya fosse restituído. Quando isso não acontece, surge o problema de quais são os próximos passos, e aí se abre um canal no qual os EUA jogam um papel, mas também outros países. Nossa posição era a de que não se podia marginalizar Honduras na OEA até a restituição de Zelaya.

Por isso, apesar de condenarmos o golpe, sempre buscamos uma saída, ao lado da OEA.