Título: Acordo adia CPI da Petrobras
Autor: Rocha, Marcelo
Fonte: Correio Braziliense, 15/05/2009, Política, p. 04

Um acordo entre governo e oposição adiou, por enquanto, a leitura em plenário do requerimento de criação da CPI da Petrobras no Senado Federal. Pelo entendimento costurado, o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, participará de audiência pública na Casa para responder aos questionamentos dos adversários do Palácio do Planalto. A reunião deve ocorrer até o fim de maio.

Entre os pontos da investigação parlamentar, o autor do requerimento da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), listou as denúncias de que a estatal teria ¿usado artifícios contábeis que resultaram em redução do recolhimento de impostos e contribuições no valor de R$ 4,3 bilhões¿. Curiosamente, na reunião que selou o acordo, ninguém do PSDB apareceu. No início da noite, em plenário, o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), disse que não o endossava e exigiu a leitura do requerimento de CPI ¿ a partir desse ato, há um prazo de 30 dias para a instalação da comissão. Houve confusão, mas o pedido não foi atendido. A sessão foi encerrada por Serys Slhessarenko (PT-MT), segunda vice do Senado.

Mais cedo, quando o acordo já havia sido acertado entre os líderes, três integrantes do PSDB ¿ o próprio Virgílio, Sérgio Guerra (PE) e Tasso Jereissati (CE) ¿ estiveram no gabinete do petista Aloizio Mercadante (SP) para uma reunião com Gabrielli. O presidente da Petrobras apresentou aos três uma série de dados sobre a empresa, a segunda maior exploradora de petróleo do mundo: faturamento anual de R$ 240 bilhões, 820 mil funcionários e 55 mil contratos. ¿A CPI é um instrumento do Congresso, que tem legitimidade e direito de fazer. A questão é discutir fatos concretos, porque (a comissão) pode ser um palco grande de denúncias onde tudo pode acontecer e isso teria consequências para a Petrobras¿, afirmou Gabrielli, após o encontro.

-------------------------------------------------------------------------------- "A questão é discutir fatos concretos, porque (a CPI) pode ser um palco grande de denúncias onde tudo pode acontecer "

Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras