Título: A esquadrilha que veio do Sul
Autor: Costa, Célia; Borges, Waleska
Fonte: O Globo, 08/04/2008, Rio, p. 12

Jovens médicas que chegaram para reforçar atendimento a doentes chamam a atenção pela beleza

Com tradição de terra de mulher bonita, o Rio Grande do Sul enviou para o Rio uma delegação de 15 médicas para trabalhar no atendimento às vítimas da dengue que já estão sendo consideradas musas. Discretas, as beldades são jovens e solteiras, em sua maioria, e esbanjam charme. Mas, com muita disposição para atuar em hospitais e tendas da cidade, elas vão logo avisando aos marmanjos mais animados: estão no Rio para trabalhar.

Da serra gaúcha de Bento Gonçalves, Janaína Andrighetto, de 34 anos, é residente em pediatria do Hospital da Criança Conceição. Pela primeira vez no Rio, ela diz que, se houver tempo livre, pretende conhecer as praias, o Cristo e o Pão-de-açúcar.

¿Também gosto do calçadão de Ipanema e queria encontrar os artistas passando pela rua ¿ diverte-se Janaína, que recebeu o apoio da família e do namorado para o trabalho no Rio. ¿ Minha mãe ficou orgulhosa.

Janaína, no entanto, confessa estar preocupada com a situação de trabalho que os profissionais vão encontrar no Rio.

¿ Os médicos que trabalham com saúde estão expostos a doenças como pneumonias, HIV, hepatite e até mesmo ao mosquito da dengue. O que mais me preocupa é a estrutura para o trabalho. Vejo, nas notícias do Rio, os hospitais lotados e com crianças chorando nas filas ¿ afirma.

Residente de pediatria em um hospital particular de Porto Alegre, Virgínia Nóbrega, de 26 anos, solteira, disse que está na cidade com o objetivo de trabalhar. Mas, caso tenha oportunidade, quer conhecer alguns pontos turísticos:

¿ Foi uma honra vir para esse trabalho aqui no Rio.

Com olhos azuis e cabelos louros, a residente de medicina de família e comunidade, Fernanda Schwertz, de 26 anos, conta que trouxe vários frascos de repelentes dados por sua mãe.

¿ A expectativa é vivenciar a situação que o Rio está passando e aprender ¿ conta Fernanda, também apreensiva com o quadro que encontrará nas unidades de saúde. ¿ Sabemos que a saúde pública no Rio é muito precária.

Carla Ribeiro Leonhardt, de 27 anos, passava repelente pelo corpo enquanto esperava o início do treinamento no Quartel do Corpo dos Bombeiros. Ela lamentava, no entanto, não ter comprado uma outra marca de repelente que protege por 10 horas.

¿ Juntas, eu e uma outra amiga trouxemos 20 repelentes ¿ conta Carla, que já participou de campanhas de vacinação e instrução de aleitamento materno no Rio Grande do Sul.

Carla, que visitou o Rio em 1998, quer voltar a caminhar em Copacabana e conhecer o centro histórico da cidade.