Título: Brasileiros dão pouca atenção à própria saúde
Autor: Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 04/04/2008, Ciência, p. 32

Ministério da Saúde diz que houve aumento nos índices de obesidade e consumo de álcool.

BRASÍLIA. Os brasileiros estão corrigindo alguns maus hábitos, piorando outros, mas, em geral, precisam dar muito mais atenção à saúde, conclui pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. O estudo, feito com base em 54 mil entrevistas por telefone, repetiu em 2007 as mesmas perguntas de 2006, o que permite pela primeira vez apontar tendências de comportamento em questões ligadas às doenças que mais matam no país.

O ¿Mapa da saúde do brasileiro¿ revela que cresceu no país o percentual de obesos, principalmente entre homens. Em 2006, 11,4% tinham índice de massa corporal (IMC) acima ou igual a 30. Em 2007, o percentual subiu para 12,9%. Nas mulheres é de 12%.

¿ Esse dado preocupa, embora o índice seja bem menor do que, por exemplo, nos Estados Unidos, onde algumas regiões chegam a ter 40% da população de obesos ¿ diz a coordenadora da pesquisa, Deborah Carvalho Malta.

Porto Alegre tem o maior índice de fumantes

O índice de brasileiros com sobrepeso (IMC acima ou igual a 25) é alto, apesar de permanecer estabilizado em 43%. Ainda assim, a mudança de alguns hábitos foram comemorados. De um ano para o outro caiu de 39,2% para 32,8% o percentual de pessoas que costumam comer carnes com gordura em excesso.

Nesse quesito ¿ como na maioria ¿ a mulheres se preocupam mais com a saúde. Enquanto 24,3% da mulheres declararam comer habitualmente esses alimentos, entre homens o índice é de 42,7%.

Outro aspecto positivo é o aumento do número de pessoas que praticam atividades físicas em tempo livre ¿ de 14,9% pra 15,5%. Mas 29% dos entrevistados, ou seja, quase um terço da população não fazem qualquer atividade.

O tabagismo está estabilizado. Em 2006, 16,2% dos brasileiros fumavam regularmente. Ano passado, o percentual subiu para 16,4%. Mas em relação a 1996 há um grande avanço. Naquele ano, 33% dos brasileiros fumavam.

¿ Para reduzir mais o percentual só há um caminho: sobretaxar a venda de cigarro ¿ diz Deborah Malta, lembrando que em outros países da América do Sul, como Argentina e Uruguai, cerca de 30% da população é de fumantes.

Os dados indicam que Porto Alegre é a cidade com mais fumantes (21,6%), enquanto Salvador é onde menos se fuma (11,5%). A mesma pesquisa já havia revelado aumento no consumo abusivo de álcool, de 16,1% para 17,5%.