Título: Chinaglia descarta idéia de equiparação com STF
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Fonte: O Globo, 09/11/2007, O País, p. 8

Presidente da Câmara lembra que proposta de aumento de subsídios já provocou desgaste.

BRASÍLIA. Com receio de que novas polêmicas desgastem a imagem da Câmara, o presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), rejeitou de pronto ontem a idéia de aumentar subsídios dos parlamentares. Ele disse que não está em debate na Câmara a equiparação dos subsídios de senadores e deputados aos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), defendida em reunião da Mesa Diretora do Senado, anteontem. Se a equiparação for aprovada, os subsídios subirão de R$16,5 mil para R$24,5 mil. Chinaglia lembrou que o debate sobre equiparação, feito no final do ano passado, provocou imenso desgaste na imagem da Casa. - Essa discussão foi essencialmente traumática, então não está na pauta. É óbvio que se o Senado procurar a Câmara, eu vou ouvir. Está no colo lá, do Senado. Se o Tião (Viana) vier falar comigo, eu vou ouvir e responder a partir do que eu ouvir. O que estou antecipando é que isso não está no horizonte da Câmara dos Deputados - disse Chinaglia.

A equiparação dos subsídios dos parlamentares aos dos ministros do Supremo voltou a ser levantado quarta-feira pelo presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), com o argumento de que melhor seria aumentar os subsídios do que manter a polêmica e desgastante verba de gabinete. Depois de resistirem à idéia de pôr na internet como gastam os R$15 mil mensais da verba de gabinete - o que já acontece na Câmara - os senadores concordaram com a medida, mas consideram que o melhor é incorporar parte da verba aos subsídios.

Tião diz que equiparação traria mais transparência

Tião disse que em vez de o Senado pagar os R$15 mil e o subsídio de R$16,5 mil, o ideal seria acabar com a verba e aumentar o subsídio. Segundo ele, isso permitiria mais transparência, e os parlamentares recolheriam imposto. O primeiro-secretário do Senado, Efraim Moraes(DEM-PB) também defendeu essa fórmula, e argumentou que isso permitirá uma economia aos cofres da Casa.

- Nós temos, no total, R$31,5 mil: R$16,5 mil de salário e R$15 mil de verba indenizatória. Se passarmos para R$24,5 mil (o subsídio), teremos um decréscimo de R$7 mil, por parlamentar - argumentou Efraim.

Tião deverá procurar Chinaglia, na próxima semana, para discutir a idéia.