Título: Bird prevê precarização do emprego
Autor: Beck, Martha; Barbosa, Flávia
Fonte: O Globo, 04/07/2009, Economia, p. 29

Apesar de a América Latina começar a dar sinais de recuperação dos efeitos da crise financeira mundial, a retomada da região será lenta, sobretudo no que se refere ao mercado de trabalho, estima o Banco Mundial (Bird), segundo o "Financial Times". A reviravolta será mais lenta em países como México, América Central e o Caribe, devido especialmente à dependência em relação aos EUA.

Segundo o economista-chefe do Bird, Augusto de la Torre, o desemprego crescente continuará sendo um problema para a América Latina nos próximos meses. A taxa de desemprego no Chile, por exemplo, está em 11%. No Brasil, está em 8,8%. A erosão do emprego será sentida sobretudo no mercado de trabalho formal, especialmente nas indústrias que mais atuam no comércio exterior. Isso significa que haverá uma precarização do mercado de trabalho, com aumento da informalidade.

"No passado, o desemprego na região foi caracterizado pelos setores informais. Dessa vez, está atingindo com força empregados assalariados", disse De la Torre ao "Financial Times".

Os comentários do economista-chefe do Banco Mundial foram feitos no âmbito da reunião de ministros de Finanças da América Latina, realizada no Chile, para debater o efeito da crise na região. O Bird elevou o volume de empréstimos aos países latino-americanos para o patamar recorde de US$17,1 bilhões no último ano fiscal, ante os US$4,7 bilhões do período anterior.

O Bird, no entanto, elogiou as políticas anticíclicas postas em prática pelos bancos centrais de Brasil, Chile, Peru, Colômbia e México, para minimizar os efeitos da recessão global.