Título: Governador e setor econômico saúdam decisão
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 10/10/2008, Rio, p. 23

Administração da iniciativa privada modernizaria Galeão.

A notícia de que o Conselho Nacional de Desestatização (CND) pediu a inclusão do aeroporto internacional Tom Jobim no Plano Nacional de Desestatização (PND) foi saudada por autoridades e representantes dos setores econômico e turístico do Rio. A administração privada foi apontada como fator de modernização para o transporte aéreo no estado.

Um dos principais defensores da terceirização da administração do Galeão, o governador Sergio Cabral festejou a resolução do CND:

- Isso é mais um passo importante para alcançarmos o desejo da população do Rio e dos nossos visitantes, nacionais e internacionais, de ter um aeroporto moderno e confortável como a nossa cidade merece.

Para o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, a medida vai melhorar a imagem da cidade no exterior e ajudar nas campanhas do Rio para sediar as Olimpíada de 2016 e as partidas da Copa do Mundo de 2014.

- É uma ótima notícia. O Galeão é a primeira impressão que o visitante tem do Rio e a porta de entrada para o Brasil. Quando o turista chega, vê banheiros com problemas, obras inacabadas, filas enormes. Não pode o Rio, que está numa disputa para sediar as Olimpíadas e jogos da Copa do Mundo ter um aeroporto internacional que mais parece uma rodoviária. No mundo todo temos exemplos que mostram o sucesso desse modelo.

Infraero diz que vai acatar decisão do Governo Federal

Na opinião de Alexandre Sampaio, presidente do Sindicato dos Donos de Bares, Hotéis e Restaurantes do Rio, a saída da Infraero promoveria uma desburocratização do aeroporto:

- A iniciativa privada é capaz de tomar iniciativas para resolver algum problema de forma mais eficaz e rápida que uma empresa pública, como a Infraero, que tem todo o seu funcionamento atrelado a estatutos e legislações.

O gerente de infra-estrutura e novos negócios da Firjan, Cristiano Prado, indicou pontos a serem melhorados no futuro pelos novos administradores:

- O Galeão precisa estar mais aberto ao mundo que o cerca. Tem capacidade de receber 15 milhões de passageiros, mas recebe menos de 11 milhões. Um aeroporto como esse deveria abrir mais espaço para vôos de jatos executivos e de cargas expressas. Isso seria muito bom para a economia da região - definiu.

Por meio de sua assessoria, a Infraero afirmou que seu presidente sempre defendeu a abertura de capital da empresa, a fim de dar mais agilidade na captação de recursos. Como órgão ligado ao Governo Federal, a Infraero afirmou que não tem poder de decisão neste caso e que vai acatar as decisões de instâncias superiores.