Título: Gautama vai ser investigada em PE
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 30/05/2007, O País, p. 8

Obras da empresa na praia de Porto de Galinhas estão paralisadas.

RECIFE. A construtora Gautama vai ser investigada também em Pernambuco. Até o momento, a empresa já recebeu R$22,4 milhões pelas obras de pavimentação, drenagem e esgotamento sanitário de toda a vila de Porto de Galinhas, principal praia do estado. Um procedimento administrativo foi instaurado pelo promotor de Justiça José Miguel Sales, do município de Ipojuca, para avaliar as obras, que deverão custar RR 32 milhões.

De acordo com o secretário Adjunto de Infra-Estrutura, Alcides Dantas, já foi concluído cerca de 50% do total contratado. A obra foi licitada na administração anterior, em 2001, e deveria ter sido executada no prazo de um ano. Os contratos foram fechados em 2002 e em janeiro de 2003, as obras foram iniciadas com verbas do governo federal (Ministério da Integração Nacional, Turismo e Saúde), do estado e da prefeitura.

Segundo Dantas, houve atraso nas liberações de recursos dos ministérios, que atrapalharam o andamento das obras. Ele disse que desde o início da Operação Navalha os serviços foram suspensos pela empreiteira em Porto de Galinhas. A Gautama já foi notificada sobre a paralisação pela prefeitura.

- Estamos esperando a resposta da empresa, para que retome os trabalhos e conclua as obras. Caso contrário, nos restam duas alternativas: rescindir o contrato e fazer outra concorrência, ou contratar a empresa classificada em segundo lugar na licitação de 2001.

O promotor reclamou que a interrupção vem trazendo transtornos à população de Ipojuca, porque até os entulhos deixaram de ser recolhidos. Durante a Operação Navalha, um dos funcionários da Gautama, Ricardo Magalhães Silva, foi preso pela Polícia Federal em uma hospedaria de Porto de Galinhas. Um outro mandado de prisão que deveria ter sido cumprido em Pernambuco terminou ocorrendo em Brasília, onde foi preso Bolívar Ribeiro Saback, um dos executivos da Gautama. Miguel Sales disse que o atraso na execução da obra deveu-se à falta de prestação de contas da gestão anterior e da atual. Ele quer também que seja esclarecida a terceirização registrada nos serviços. De acordo com o promotor, a Gautama subcontratou cinco empresas e uma pessoa física para trabalhar em Porto de Galinhas.

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