Título: Alckmin cresce mas Lula ainda venceria no 1º turno
Autor: Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 12/07/2006, O País, p. 14

Sensus: petista tem 44,1% e tucano, 27,2%

BRASÍLIA. O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, consolidou seu crescimento na preferência do eleitorado, segundo pesquisa do instituto Sensus divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A consulta repete resultados já observados em pesquisas Ibope, Datafolha e Vox Populi. Alckmin obteve 27,2% das intenções de voto, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 44,1%, manteve seu favoritismo e ainda venceria no primeiro turno se as eleições fossem hoje.

O petista subiu 1,4 ponto percentual em relação à consulta anterior, de maio, que tinha entre os candidatos o deputado Roberto Freire (PPS-PE), enquanto o tucano subiu 6,9 pontos percentuais. Na pesquisa, que tem uma margem de erro de três pontos percentuais e fez duas mil entrevistas entre os dias 4 e 5 de julho, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) aparece com 5,4% dos votos e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), com 1,4%.

Cresce percentual dos que ligam Lula aos escândalos

O cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, disse que o crescimento de Alckmin se deve aos programas de rádio e televisão do PSDB e do PFL, a uma maior exposição na mídia e ao amortecimento dos efeitos negativos provocados, em maio, pela rebelião nos presídios paulistas. Guedes informou que o presidente Lula teria hoje 55,1% dos votos válidos, contra 34% de Alckmin, 6,7% de Heloísa Helena e 1,7% de Cristovam Buarque.

A vinculação do presidente com os casos de corrupção e caixa dois que abalaram o PT e o governo ficou mais clara para uma parcela maior do eleitorado, um ano após o início da crise do mensalão. O percentual de entrevistados que considera que Lula tinha ligação com as irregularidades cresceu de 13,5% em setembro de 2005 para 18,2% em julho. Destes, 10,2% consideram que Lula tinha conhecimento prévio dos fatos e 5,3% dizem que ele participou.

No mesmo período, caiu de 39,1% para 22,1% a vinculação entre o PT e os atos de corrupção, e dobrou o número de entrevistados que não têm opinião sobre os fatos - 12,7% em setembro de 2005, 25,5% agora .

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