Título: URIBE VISITARÁ FRONTEIRA COM VENEZUELA
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Fonte: O Globo, 29/01/2005, O Mundo, p. 32

Crise provoca falta de combustível e corte de energia em cidades colombianas

BOGOTÁ. A situação na fronteira da Colômbia com a Venezuela se agravou nos últimos dias, levando o presidente Alvaro Uribe a visitar hoje e amanhã três cidades na região. A crise entre os dois países já começou a provocar desabastecimento de combustível, corte de energia e problemas de exportação para a Colômbia.

Uribe visita hoje Arauca e Cúcuta, e amanhã segue para a Península de La Guajira, onde conversará com os moradores de sua capital, Riohacha. Ele vai acompanhado pelos ministros de Energia, Transporte e Comércio Exterior - setores mais afetados pelas medidas restritivas ordenadas pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, que acusa a Colômbia de ter violado sua soberania para capturar um guerrilheiro.

O setor energético foi o mais afetado. A venda de energia elétrica para cidades fronteiriças foi suspensa. Quatro mil moradores de povoados do município de Puerto Carreño não têm serviços básicos, pois as usinas de produção de eletricidade e bombeamento de água potável funcionam com combustível vindo da Venezuela.

Além disso, as exportações de carvão também foram prejudicadas desde que Caracas proibiu o acesso dos caminhões colombianos a suas estradas. Cerca de seis mil toneladas diárias de carvão colombiano eram escoadas diariamente pelo porto venezuelano de Maracaibo. A Colômbia agora vai tentar retirar o produto por via fluvial.

O presidente da Câmara de Comércio da Colômbia, Eugenio Marulanda, disse que o país deve buscar alternativas.

- É claro que substituir um mercado de 1.500 produtos e US$2,5 bilhões anuais não se faz da noite o dia, mas temos que buscar opções - disse.

Ontem, o vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, revelou que em breve "haverá boas notícias". No entanto, o próprio Rangel desacreditou os vídeos que Bogotá entregou a Caracas com testemunhos de guerrilheiros para provar a presença de terroristas colombianos na Venezuela.

- Os desertores, geralmente, falam muitas tolices.