Título: COMÉRCIO DO PAÍS CRESCE MENOS MAS JÁ COMPENSA AS PERDAS DESDE 2001
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Fonte: O Globo, 19/01/2005, Economia, p. 22

Após amargar três anos de queda nas vendas reais, o comércio brasileiro vai fechar 2004 com uma alta entre 8% e 9%. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de novembro mostrou movimento 6,44% maior na comparação com o mesmo mês de 2003. Foi a menor taxa em nove meses. No ano, a alta é de 8,98% e, nos últimos 12 meses, de 8,33%, informou ontem o IBGE. E o resultado positivo veio amparado no crédito. O setor de móveis e eletrodomésticos, que trabalha principalmente com vendas a prazo, teve alta de 22,44% no movimento e, no ano, acumula um crescimento de 26,95%, o maior entre todos os ramos.

¿ De 2001 a novembro de 2004, as vendas reais (descontando o efeito da inflação) aumentaram 2,61%. A alta de 2004 compensou as perdas do anos anteriores. Devemos fechar o ano entre 8% e 9% ¿ afirma Nilo Lopes de Macedo, analista da PMC.

Segundo o técnico, o desempenho dos setores dependentes do crédito deve ser menor este ano. Como as vendas subiram muito em 2004, entre 20% e 30% ao mês, a base de comparação é muito alta. Por isso, fica difícil repetir os resultados do ano passado:

¿ Além disso, há um limite na capacidade de endividamento da população.

Rio teve um desempenho abaixo da média nacional

Os setores mais dependentes da renda e do emprego tiveram resultado positivo. O setor de hiper e supermercado aumentou o movimento em 6,99% em novembro e, no ano, as vendas já subiram 6,91%. As lojas de roupas e calçados também reagiram em 2004. Alta de 0,48% no mês e de 4,73% no ano:

¿ A tendência é de o nível de emprego e renda melhorar mais este ano, influenciando esses ramos do varejo ¿ diz Macedo.

No Rio, o desempenho do comércio foi inferior à média do país. As vendas subiram 2,72%. A principal pressão veio dos combustíveis:

¿ Houve fuga de consumidores após duas altas da gasolina. Mas devemos fechar o ano com alta de 7% nas vendas ¿ diz João Carlos Gomes, economista da Fecomércio-RJ.