Título: CADERNETA DE POUPANÇA SE RECUPERA E FECHA O ANO COM SALDO DE R$159 BI
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Fonte: O Globo, 07/01/2005, Economia, p. 20

O ano de 2004 foi de recuperação da tradicional caderneta de poupança. Depois de amargar péssimos resultados em 2003, quando os investidores retiraram R$10,424 bilhões, a aplicação teve crescimento de R$15,716 bilhões no volume de recursos no ano passado: o montante aumentou de R$143,1 bilhões no fim de 2003 para R$159 bilhões em 2004. Segundo o Banco Central (BC), a elevação ocorreu principalmente com os rendimentos, que somaram R$11,207 bilhões no ano.

A entrada de novos depósitos atingiu R$4,509 bilhões em 2004, de acordo com dados divulgados ontem pelo BC. Nesse total, houve participação expressiva de depósitos feitos em dezembro, que somaram R$3,548 bilhões.

Rendimento da aplicação perdeu da inflação em 2004

O último mês do ano geralmente tem captação expressiva, porque os aplicadores aproveitam para guardar o décimo terceiro salário na caderneta. Os principais atrativos da poupança são a facilidade para aplicar e a segurança (os depósitos até R$20 mil são reembolsados pelo Fundo Garantidor de Crédito, em caso de quebra do banco). Além disso, não há exigência de aplicação mínima nem cobrança de taxa de administração, como ocorre nos fundos de investimento.

O rendimento, no entanto, deixa a desejar. Em 2004, a poupança acumulou rentabilidade de 8,09% (no caso das contas com vencimento a cada dia 1º). Enquanto isso, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) foi de 12,41% no ano e o fundos de curto prazo renderam, em média, 15,29%.

O estoque do segmento cresceu em 2003 de R$139,6 bilhões para R$143,1 bilhões devido à incorporação de rendimentos. Com a alta da taxa básica de juros (Selic) fixada pelo BC a partir de setembro de 2004, a estimativa é que a poupança perca mais recursos, que serão destinados aos fundos de investimento de renda fixa (FIF). A carteira destes fundos é em grande parte composta por títulos públicos, que acompanham a variação da Selic.

Segundo o BC, o patrimônio dos FIFs cresceu R$64,1 bilhões de janeiro a novembro de 2004, passando de R$408,1 bilhões em 2003 para R$472,2 bilhões. Trata-se de um aumento aquém de 2003, ano em que os FIFs cresceram R$128,5 bilhões. Em 2004, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) subiram R$41,242 bilhões, de R$159,1 bilhões para R$200,4 bilhões em novembro.