Título: AUMENTA A INCERTEZA SOBRE A CARTA DA UE
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Fonte: O Globo, 11/06/2005, O Mundo, p. 33

Dinamarca pode suspender referendo marcado para setembro

BRUXELAS. O futuro da Constituição européia ficou ainda mais incerto depois de a Dinamarca anunciar ontem que vai estudar se realizará ou não o seu referendo, afirmando que cabe a França e Holanda explicar como a Carta pode seguir adiante se suas populações já a rejeitaram nas urnas.

- Cabe à França e à Holanda apresentarem uma solução - disse o primeiro-ministro Anders Fogh Rasmussen, cujo país havia marcado o referendo para 27 de setembro. - Precisamos de uma decisão bem clara na reunião da União Européia.

Desviando-se da linha oficial da UE, que defende que as ratificações sejam levadas adiante, a vice-presidente da Suécia, Margot Wallstrom, e o comissário irlandês de Mercado Interno, Charlie McCreevy, sugeriram que a organização "pare o relógio" sobre o tratado.

- Ninguém pode pedir que o referendo dinamarquês aconteça - disse Wallstrom.

Chirac e Schroeder se unem para pressionar Blair

Mas após um encontro em Paris, o presidente da França, Jaques Chirac, e o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schroeder, defenderam o prosseguimento do processo para reforçar a integração européia. Eles pediram união e reflexão para que a crise seja superada.

Num outro campo, Chirac e Schroeder começaram a preparar uma estratégia comum para fazer frente ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, na reunião em Bruxelas. Chirac pediu aos europeus, em particular aos britânicos, que se esforcem para chegar a um acordo sobre o orçamento da UE para 2007-2013.

- Isso supõe que cada um faça um esforço, e em particular nossos amigos britânicos devem compreender a necessidade de maior equilíbrio na carga suportada por todos - disse Chirac, referindo-se a um desconto que beneficia a Grã-Bretanha desde 1984.