Título: ALTA DO PREÇO DO PETRÓLEO PREOCUPA G-7
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Fonte: O Globo, 16/04/2005, Economia, p. 27

Ministros do bloco dizem que mundo terá de conviver com energia mais cara

WASHINGTON. A alta dos preços do petróleo deu o tom da reunião do grupo dos sete países mais industrializados, o G-7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Grã-Bretanha e Estados Unidos), que começou ontem na capital americana. Os ministros de Finanças do G-7 afirmaram ontem que as economias terão de encontrar maneiras de se adaptar aos custos mais elevados da energia.

Apesar de a agenda incluir a flexibilização do câmbio na China e medidas de alívio para a dívida dos países pobres, os membros do G-7 tentaram dissipar a idéia de que o crescimento global esteja em risco.

Em entrevista ao canal Bloomberg, o secretário do Tesouro americano, John Snow, admitiu os prejuízos da alta do petróleo. Mas explicou que o G-7 está se preparando para uma era em que os preços da energia ficarão em patamares não previstos há um ano.

No início de abril, o barril do petróleo chegou a US$58. Hoje está em torno de US$50, muito acima do patamar de US$25-US$30, registrado há dois anos.

¿ Podemos estar num ponto de transição ¿ disse o presidente do Banco do Japão, Toshihiko Fukui.

A França vem defendendo que os países cujos impostos sobre energia sejam baixos elevem as taxas para incentivar seu uso racional. Só que alta de impostos é considerada uma ofensa pelos EUA.

Fonte: Argentina abre um `precedente perigoso¿

A Argentina também foi discutida no primeiro dia de reunião do G-7. Segundo uma fonte européia do grupo, a recusa em reabrir as negociações com os credores que rejeitaram a proposta de reestruturação da dívida argentina abre um precedente perigoso e põe em risco as classificações de crédito de vários países.

Essa fonte afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser duro com a Argentina e não emprestar dinheiro até que o país negocie com os credores.

¿ Estamos abrindo um precedente muito perigoso: um país endividado quebra suas relações com o FMI, paga parte de suas dívidas e depois volta ao FMI e é tratado com luvas de pelica ¿ disse a fonte.

O perdão da dívida dos países do Terceiro Mundo foi o slogan adotado por um grupo de manifestantes que se reuniu em frente à sede do Tesouro americano. As ONGs prometeram intensificar os protestos este fim de semana.