Título: INDÚSTRIA PAULISTA ABRE 21 MIL VAGAS EM DOIS MESES, APESAR DA ALTA DE JUROS
Autor: Fabiana Parajara
Fonte: O Globo, 18/03/2005, Economia, p. 26

Fiesp temia queda que não houve. Exportação e crédito empurram setor

SÃO PAULO. Os sucessivos aumentos no juro básico da economia não influenciaram o ritmo de geração de empregos na indústria paulista. Em fevereiro, o setor abriu 15.010 vagas, mais que o dobro das 6.261 criadas em janeiro. Só nos dois primeiros meses do ano foram gerados 21.271 postos de trabalho, o que significa alta de 1,05% no nível de emprego. Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que o setor temia queda na atividade da indústria e no emprego, mas não é o que está ocorrendo.

¿ Por enquanto, não há o que temer e nem dá para ficar eufórico. Havia o temor de que houvesse queda na atividade industrial e no emprego, mas isso não está ocorrendo ¿ disse Francini.

Diretor da Fiesp aposta que emprego crescerá este ano

Na avaliação da Fiesp, a indústria manteve o ritmo porque a expansão do crédito para pessoa física incentivou o consumo e ainda não foi afetada pelo aumento dos juros. Também as exportações continuam a registrar bom desempenho e a estimular os negócios no mercado interno. Mantida a previsão de um crescimento de 3,5% na economista em 2005, Francini acredita que o emprego também crescerá, mas não a taxas tão expressivas quanto as de 2004.

No ano passado, a indústria paulista criou 144.487 empregos, uma variação de 7,45% em relação a 2003. Foi o maior numero de vagas gerado pelo setor nos últimos cinco anos. O recorde anterior era o de 2000, com 59.814 vagas. Nos últimos 12 meses, foram criados 133.009 empregos pelo setor.

O índice de emprego dos últimos anos foi alterado porque a Fiesp reformulou a base de cálculo, alterando o peso por setores industriais e tamanho das empresas. Em fevereiro, dos 47 setores pesquisados, 21 contrataram, 18 demitiram e oito mantiveram estável o quadro de pessoal.

Houve demissões em alguns segmentos

Os setores que mais contrataram, no mês passado, foram bebidas (4,24%), malharia e meias (1,79%), produtos de cacau e balas (1,68%) e rações (1,58%). Os que mais dispensaram foram congelados e supercongelados (9,48%), artefatos de papel, papelão e cortiça (3,16%), calçados de Franca (2,86%) e mármores e granitos (2,82%).