Título: Projeto político do PT é ditadura, diz vice de tucano
Autor: Duailibi, Julia
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2010, Eleições 2010, p. H3

Ao votar ontem, no Rio, o candidato a vice na chapa tucana, Índio da Costa, do DEM, disse que, ¿se Dilma ganhar, quem manda é o Dirceu. Quem tem poder é o Dirceu". Ao deixar a seção eleitoral, na PUC-Rio, por volta de 9 horas, Índio - que saiu dizendo acreditar em segundo turno embarcou para São Paulo, onde acompanhou as apurações, ao longo do dia, ao lado de José Serra (PSDB).

Segundo ele, "o PT tem um projeto de ditadura pela esquerda, todos os que pegaram em ar- :" mas na década de 70 tinham esse objetivo. Esse negócio de democracia é papo".

O vice de Serra fez críticas também, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Nunca vi presidente pedindo voto para senador no Brasil inteiro. Fica clara a intenção de ter a maioria para não ter opOSIção. Esse é o mesmo caminho da Venezuela e do Equador, onde o presidente aprovou uma mudança que lhe dá o direito de dissolver o Congresso."

"Cooptação". Em São Paulo, depois de votar em um colégio no bairro de Higienópolis, o governador Alberto Goldman também desfiou críticas a Lula e ao governo: que acusou de ter usado a máquina governamental a favor de seus candidatos.

No momento de votar, os mesários estavam muito ansiosos não por sua presença, mas pela do jogador Ronaldo, atacante do Corinthians, que estava por ali também. Goldman disse esperar que, num segundo turno, o confronto entre os dois candidatos tenha "menos interferência externa".

Seu principal assunto, porém, foi Lula. "O presidente teve um papel além do que se poderia esperar. Ele extrapolou, foi além do que seria correto. Não só ele, o governo todo entrou pesadamente nesse processo eleitoral, principalmente em relação aos prefeitos."

Goldman criticou o fato de as cooptações terem sido feitas "não da forma ideológica, com o convencimento político, mas com oferendas, acenos, promessas a prefeitos, que têm mais dois anos pela frente. Para eles é importante que tenham recursos para os anos futuros".

O governador disse que, por enquanto não se fala em apoios para o segundo turno. ""Mas amanhã (hoje), tendo os resultados, começaremos as articulações". COLABOROU PAULA PACHECO