Título: Deputado denunciado por pistolagem em AL
Autor: Rodrigues, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2008, Nacional, p. A17

Ministério Público também acusa dois parlamentares estaduais e um ex-secretário de Segurança

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu esta semana denúncia do Ministério Público Federal contra um deputado federal, dois deputados estaduais, três delegados da Polícia Civil e um ex-secretário de Segurança Pública de Alagoas - todos acusados de crimes de pistolagem.

A denúncia foi feita com base no relatório da CPI do Crime Organizado, aberta no Congresso, e foi encaminhada ao Supremo porque o caso envolve o deputado federal Francisco Tenório (PMN-AL). Procurado pelo Estado, ele não foi localizado.

Os deputados estaduais Antônio Albuquerque (expulso do DEM) e João Beltrão (PMN), também denunciados, não deram retorno aos contatos telefônicos da reportagem. A assessoria de imprensa da Assembléia informou que os deputados estaduais devem se pronunciar sobre o caso no início da semana. Albuquerque e Beltrão foram indiciados pela Polícia Federal na Operação Taturana, que apura o desvio de R$ 280 milhões do Legislativo de Alagoas.

Albuquerque está afastado da presidência da Assembléia por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça Antônio Sapucaia.

O Ministério Público pediu ainda a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os suspeitos, que são acusados de formação de quadrilha, pistolagem, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Inicialmente, o processo estava tramitando na Justiça Federal da 5ª Região, no Recife (PE), mas foi transferido para o STF, a pedido do Ministério Público, em função da presença de um parlamentar federal. O relator do processo é o ministro Carlos Alberto Menezes Direito.

Em março do ano passado, o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) chegou a pedir ajuda da Polícia Federal para combater onda de violência deflagrada pelo crime organizado em Alagoas.

OPERAÇÃO TATURANA

Além de Albuquerque, outros cinco integrantes da Mesa da Assembléia, também indiciados pela PF no inquérito que apura o desvio de dinheiro no Legislativo, estão afastados. Quatro suplentes assumiram os cargos, por determinação da Justiça. Outros três suplentes não assumiram porque respondem a processo na Justiça.

Ao todo, 14 deputados estaduais foram indiciados pela PF na Operação Taturana. Desses, nove foram afastados do mandato por determinação da Justiça, a pedido do Ministério Público Eleitoral. Eles são acusados de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Todos negam as acusações.

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