Título: CPI reconvoca Vedoin após acusação a tucano
Autor: Eugênia Lopes, Sônia Filgueiras, Brasília
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/08/2006, Nacional, p. A6

A CPI dos Sanguessugas vai ouvir na quarta-feira o empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, principal empresa da máfia dos sanguessugas. A comissão decidiu reconvocá-lo depois que ele incluiu o nome do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) entre os supostos beneficiários do esquema. Será a terceira vez que a CPI o interroga.

"Teremos de ouvi-lo para ele esclarecer qual a razão de não ter declarado em juízo o nome do senador", disse ontem o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). Segundo ele, o tucano só será notificado após o novo depoimento.

Em entrevista à revista Veja, Luiz Antônio disse que Antero se entendeu com o pai dele, Darci Vedoin, e chegou a negociar R$ 40 mil de propina, por meio do deputado Lino Rossi (PP-MT). "Meu pai conversou pessoalmente com o senador. O acordo era para a totalidade das emendas, que somavam R$ 3,8 milhões. Antero apresentou R$ 400 mil e tínhamos de dar R$ 40 mil de comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para Lino Rossi."

O senador admitiu ter estado com Darci uma vez no Congresso, mas jamais tratou do assunto. Antero acusa o governador Blairo Maggi (PPS-MT), candidato à reeleição, de patrocinar a acusação e disse que vai processar Luiz Antônio.

Também acusado pelo dono da Planam na entrevista, o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) negou ontem a suspeita de ter favorecido a máfia no período em que foi ministro das Comunicações - até o fim de 2005. Segundo Luiz Antônio, o lobista José Airton Cirilo (PT-CE) ajudou o esquema a estender influência para a pasta. "Enquanto estive no ministério, realizei apenas quatro convênios relacionados ao programa de inclusão digital. Os recursos não têm origem em emendas parlamentares e não tiveram relação com o senhor Cirilo", garantiu Eunício