Título: Mudança vem na hora certa, diz líder do PFL
Autor: Silvia Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/08/2006, Nacional, p. A4

O deputado federal Rodrigo Maia (PFL-RJ), um dos críticos da campanha do tucano Geraldo Alckmin, disse que, "se há uma mudança ou segunda fase da estratégia", ela vem na hora certa, porque é preciso atacar o presidente Lula para tentar reduzir o índice de aprovação de seu governo. "É a única forma de ganhar a eleição quando se disputa contra um candidato à reeleição, porque o voto é conservador por natureza", disse Maia.

De acordo com o líder do PFL na Câmara, a oposição deve dar ao eleitor razões para que ele conclua que o presidente Lula não pode continuar no cargo. "Tem muita promessa não cumprida, muita munição que podemos usar", avaliou Maia.

Para ele, a melhor tática não é partir para o debate econômico, mas centrar na bandeira da ética, "que foi rasgada rapidamente pelo PT", e na questão do desemprego e dos aposentados, que tiveram seu reajuste vetado recentemente pelo presidente. "Aqui no Rio a questão dos aposentados tem muito peso."

O pefelista afirmou que Lula deve ser cobrado por não ter mudado sua base de apoio depois que veio à tona o escândalo do mensalão. "Se ele disse que não sabia de nada, pelo menos deveria ter reconstruído suas alianças depois da crise."

Já o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, não vê uma mudança, mas uma evolução natural da campanha do tucano. Um dos poucos pefelistas a não criticar Alckmin pelo seu estilo, ele avaliava que, como o tucano não era conhecido nacionalmente pelo eleitorado, precisava mesmo usar o início do horário eleitoral para se apresentar.