Título: Alckmin diz que Lula desmontou agricultura
Autor: Evandro Fadel
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/06/2006, Nacional, p. A9

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, aproveitou a presença ontem em Cascavel, no oeste do Paraná, região que congrega muitos agricultores do Estado, para criticar as ações do governo federal para o setor.

"Estamos passando por um período difícil. Eu diria de populismo cambial, que está desmontando a agricultura. É um populismo cambial que afeta também a indústria, especialmente a exportadora." Sua visita a Cascavel foi um convite do presidente do PSDB na cidade, Alfredo Kaeffer, um dos maiores industriais do setor agrícola do Estado.

Segundo Alckmin, que foi recepcionado por cerca de 300 simpatizantes na Associação Atlética Comercial, a política cambial do atual governo é boa apenas para os ricos. "Para comprar mais barato o vinho importado", acentuou. "Mas vai custar ao trabalhador o emprego." Ele projetou que o próximo ano será de "problemas sérios". "Quem desestruturou a agricultura tem nome e sobrenome: é Lula da Silva", afirmou.

O tucano considerou que o governo federal está cometendo "abuso" no setor de publicidade. "O governo está gastando R$ 5 milhões por dia em publicidade." Segundo ele, há necessidade de um "mínimo de razoabilidade". "São 74 mil quilômetros de campanha eleitoral com Airbus, o Boeing 737 atrás e dois helicópteros Puma", afirmou. "E muita coisa não tem nada a ver com o governo. É só promessa, discurso vazio, coisa de véspera de eleição."

Alckmin elogiou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de fazer valer as normas que nortearam as eleições de 2002 em relação às coligações. "Foi uma decisão acertada para não criar insegurança jurídica às vésperas das convenções", defendeu.

Alckmin também disse que, caso eleito, uma de suas atitudes será colocar as Forças Armadas para apoiar a Polícia Federal na fiscalização das fronteiras do Brasil.

Segundo ele, é o que pode garantir mais segurança no combate ao tráfico de drogas e de armas. "E não ficar só enxugando gelo aqui dentro", comentou.

Em discurso, garantiu que haverá segundo turno nas eleições. "O povo é sábio e vai levar para o segundo turno, para ter mais clareza e escolher melhor." Mas disse não ter dúvidas de sua vitória.