Título: Com saúde debilitada, Garotinho já perdeu 5,7 kg
Autor: Adriana Chiarini
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/05/2006, Nacional, p. A7

Com 5,7 quilos a menos do que quando iniciou sua greve de fome, sete dias antes, o pré-candidato do PMDB à Presidência da República Anthony Garotinho disse ontem se considerar fortalecido politicamente. Falou com voz fraca, em rápida entrevista que concedeu deitado, devido à debilidade física, ao Estado, na sede do PMDB no Rio.

Mudando o discurso, Garotinho conclamou "os companheiros do PMDB" a irem à convenção do partido, no dia 13 de maio, lutarem pela candidatura própria. Na sexta-feira, ele declarou que "só um milagre" salvaria sua candidatura. Disse que encerrará o jejum se ganhar o direito de resposta ao jornal O Globo, à TV Globo e à revista Veja, que veicularam reportagens denunciando irregularidades nas doações financeiras para sua campanha pré-eleitoral.

Garotinho admitiu que empresas que doaram dinheiro à sua pré-campanha não funcionavam em seus endereços oficiais. Mas defendeu-se. "Com a brecha em lei fiscal, a empresa abre escritório em um município e funciona em outro." E justificou as contratações sem licitação realizadas pelo governo do Rio, comandado por sua mulher, Rosinha Matheus: "A licitação em projetos especiais é dispensada pela lei 8.666".

Ontem, a quantidade de soro que passou a ingerir desde quinta-feira foi reduzida. Garotinho concordou em dar entrevista para comentar as declarações do ex-secretário do PT Sílvio Pereira. "O que falta para pedir o impeachment do presidente (Lula)?", disse. "Ele só diz 'eu não sabia'. Isso não é suficiente."