Título: Alckmin decide apoiar PFL na Bahia e desagrada Jutahy
Autor: Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/05/2006, Nacional, p. A10

O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, fechou ontem o apoio do PFL da Bahia, removendo um dos principais entraves à formalização da aliança nacional com o partido. Ele foi secretamente a Brasília para um rápido café da manhã com o governador Paulo Souto, candidato à reeleição, e confirmou sua primeira visita à Bahia no fim da semana que vem, dias 12 e 13. Mas a presença de Alckmin no palanque do PFL teve um preço: o racha do PSDB baiano.

"Não estarei com o PFL, e quem quiser apoiar Paulo Souto será dissidente", avisou o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), inimigo do PFL baiano. É um claro sinal de que a briga vai longe.E terá seus próximos capítulos na próxima semana. Na sua visita à Bahia, Alckmin vai cumprir intensa programação com Souto, incluindo cidades do interior, onde o PFL é forte. Mas ele prometeu, diz Jutahy, reservar algumas horas para um evento com os tucanos.

A questão do candidato ao Senado é outro problema. O PFL anuncia que haverá neutralidade de Alckmin, mas o PSDB nega. Ontem mesmo, assim que foi fechado o acordo com Souto, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) cobrou do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), pressa na formalização da aliança, mesmo que a escolha do vice da chapa fique para depois.

Na sua avaliação, a falta da aliança também é responsável pelo baixo desempenho do presidenciável nas pesquisas. "Acho que a formalização precisa ser rápida", disse ACM. Em Brasília, o senador Agripino Maia (RN) fez coro. "Alckmin tem munição, tem imagem, tem argumento, tem credibilidade e tem condições de crescer", disse Agripino. "Por isso temos que apressar a aliança." Segundo o próprio Alckmin, seu desempenho nas pesquisas inferior ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se deve ao "massacre publicitário" em favor do petista.

Outra ferida aberta para Alckmin é a briga em Sergipe, entre o PFL do governador João Alves, candidato à reeleição, e o PSDB de Albano Franco, que é candidato ao Senado, mas não tem o apoio do PFL.

Também no Maranhão, onde o PFL disputa o governo com a senadora Roseana Sarney e o PSDB não tem candidato, a situação está indefinida.