Título: Comissão da Vasp pede proteção à PF
Autor: Mariana Barbosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/06/2005, Economia e Negócios, p. B14

Seis membros do grupo de intervenção alegam estar sendo ameaçados de morte

O Sindicato Nacional dos Aeronautas enviou um ofício ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, solicitando que a Polícia Federal entre nas investigações para apurar as denúncias de furtos de equipamentos da Vasp. Também foi pedida a proteção oficial para os membros da comissão de intervenção da empresa. "Estamos sendo ameaçados de morte", disse o interventor interino, Reginaldo Alves de Souza. A proteção seria destinada aos cinco membros da comissão e a um assessor jurídico. A dilapidação do patrimônio da Vasp se intensificou com a decretação da intervenção na companhia, em março. Esta semana, a polícia de São Bernardo do Campo (SP) apreendeu uma turbina e outros equipamentos aeronáuticos, com valor estimado em R$ 10 milhões, numa concessionária de caminhões e num frigorífico. Semana passada, um cofre de aço foi arrombado na sede da empresa. Foi detectado ainda o sumiço de algumas máquinas de metalurgia, como um torno de cinco toneladas. Após os incidentes, três seguranças foram afastados. O batalhão da Polícia Militar responsável pela área de Congonhas já foi acionado para reforçar a vigilância nas cercanias da empresa. Os bens da Vasp e do grupo econômico de Wagner Canhedo, seu controlador, estão indisponíveis desde a decretação da intervenção. No dia 7 de junho, o juiz do trabalho Homero Batista da Silva determinou o bloqueio dos ativos financeiros e a penhora dos bens do Grupo Vasp em até R$ 75 milhões. O dinheiro será usado para saldar dívidas trabalhistas. O delegado da Seccional de São Bernardo, Marco Antonio de Paula Santos, que conduz as investigações sobre os equipamentos apreendidos no município, passou a tarde de ontem colhendo depoimentos. "Já recebi ordens superiores para ir até onde tiver de ir com esse caso." Preso em flagrante no ato da apreensão, o proprietário da concessionária de caminhões, Anésio Bovolon Junior, continuava preso até ontem. Segundo o delegado, Bovolon identificou César Canhedo (filho de Wagner) como o responsável pelo equipamento encontrado na concessionária. Em nota divulgada anteontem, o Grupo Canhedo nega ter cometido irregularidades.