Título: Emprego industrial atrai mão-de-obra para Manaus
Autor: Wilson Tosta Luciana Nunes Leal Adriana Chiarini
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2005, Nacional, p. A8

Manaus figurar entre as cidades com maior crescimento do PIB não surpreende quem trocou grandes metrópoles por um trabalho no Distrito Industrial da capital amazonense. Segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), estima-se que mais de 70% dos postos de direção das empresas do pólo industrial venha de outras cidades.

Atraídos por dados como o do crescimento das exportações - que, segundo a Suframa, no primeiro bimestre do ano superaram em 129,93% o resultado do mesmo período de 2004 -, técnicos como Adauto César Mariano, de 41 anos, não titubeiam em trocar de cidade. "Não vejo outra cidade melhor do que Manaus", festeja o engenheiro paulistano, transferido pela Nokia há três anos. Adauto já morou em São Paulo e Belo Horizonte e garante que, mesmo se perder o emprego, procurará outro na capital amazonense. A confiança do engenheiro se apóia em outros dados de emprego nas indústrias. No primeiro bimestre do ano passado, a média foi de 78.972 vagas e este ano foi de 81.211.

A vinda do chefe de compras Alexandre Augusto Mendonça, de 37 anos, para a Panasonic de Manaus, há dois anos, foi motivada pela necessidade da empresa em expandir a fábrica. "Queriam dar mais agilidade ao setor de compras e a escolha foi acertada, com respostas mais rápidas às necessidades", explica Alexandre, que está há 10 anos na empresa. "A adaptação à cidade já foi feita pela família, embora o custo de vida seja mais elevado do que em São José dos Campos, onde trabalhava", conta ele.

O custo de vida elevado da capital amazonense também é reclamação do engenheiro José Fernando Bressan, de 34 anos, que também foi transferido por uma indústria que fabrica cabos de aço há dois anos. "Vim de São Paulo e o custo de vida assusta. A sorte é que para ser transferido há um aumento salarial."