Título: Anistia Internacional pede que Cuba liberte 71 dissidentes
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Fonte: O Estado de São Paulo, 19/03/2005, Internacional, p. A24

Organização divulga relatório no segundo aniversário de prisão do Grupo dos 75 pelo regime de Fidel Castro LONDRES - A Anistia Internacional (AI) denunciou ontem que 71 prisioneiros de consciência continuam detidos em Cuba e pediu ao governo de Havana que os liberte de "forma imediata e incondicional". A organização pró-direitos humanos com sede em Londres fez a denúncia num relatório sobre os presos em Cuba divulgado pelo segundo aniversário da onda de prisões de dissidentes lançada em 2003 pelo regime de Fidel Castro. Na ocasião, 75 dissidentes foram presos e condenados a penas de até 28 anos, sob acusação de conspirar com os EUA, atentar contra a independência do Estado e minar os princípios da revolução cubana.

Várias dezenas de políticos, artistas, intelectuais e esportistas checos iniciaram ontem uma manifestação de apoio aos presos políticos em Cuba. Vestidos com uniformes de prisioneiro, cada uma das personalidades ficará em uma cela simbólica instalada em uma praça no centro de Praga. De acordo com organizações de direitos humanos, há mais de 300 presos políticos em Cuba, alguns detidos há vários anos.

A organização Repórteres sem Fronteiras denunciou ontem que o jornalista cubano José Luis García Paneque, de 39 anos, está muito doente e pode morrer na prisão, onde está há dois anos. García Paneque, que cumpre pena de 24 anos, diretor da agência independente Liberdade, apresenta um estado de desnutrição extrema e não sobreviverá se continuar na prisão, informou a organização.

O dissidente pesa 40 quilos menos do que quando o prenderam, pois há 15 meses sofre de diarréia e não foi tratado, disse sua mulher, Yamilé Llanes. García Paneque faz parte do chamado Grupo dos 75, dissidentes presos em 2003. O regime cubano libertou 14 dos 75 dissidente presos, a maioria por motivos de saúde.